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Paciente viajou três dias de barco e voou 4 mil quilômetros para encontrar 'anjos gaúchos'

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Samuel Braga do Nascimento voltou para o Amazonas nesta quarta-feira depois de 15 dias internado no Hospital Regional

O policial civil Samuel Braga do Nascimento, 45 anos, vive na cidade de Maraã. Quando ele sentiu os primeiros sintomas gripais, procurou atendimento médico, mas o teste para a Covid-19 não confirmou o diagnóstico. Mesmo assim, como o quadro piorou, foi necessário ir até a capital do estado para seguir o tratamento. Ele levou três dias de barco até Manaus.

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DIAGNÓSTICO
Nascimento chegou dia 1º de fevereiro e já precisou ser internado. Uma tomografia denunciou o vírus e o estrago causado. O policial, e jornalista por formação, já estava com 80% dos pulmões comprometidos. A chance de viajar para buscar o tratamento em outra cidade foi imediata, assim como o aceite.

- Eu não tive dúvidas, por conta da calamidade pública na saúde do estado. Aceitei e, se eu tivesse ficado, com certeza não estaria vivo aqui para contar história - diz, sem disfarçar que a realidade bruta da morte se mostrou próxima.

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Em Maraã, a esposa Andreza Araújo, 34 anos o aguarda, junto dos quatro filhos, de 23, 21, 9 e 1 ano. Além de rever a família, ele espera poder logo voltar com as atividades do trabalho:

- Estou de volta, e no tempo hábil voltarei a exercer minhas atividades com o mesmo afinco e mesma vontade de antes.

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CARTA DE CARINHO
A gratidão do policial é tão grande quanto a distância percorrida para o tratamento dele. Não faltam dedicatórias na carta de agradecimentos. Ele menciona os pais e colegas de trabalho. No papel, Nascimento não negou a formação em comunicação e redigiu à mão o sentimento aos "anjos gaúchos", como chamou os trabalhadores do Hospital Regional. O obrigado fica eternizado na carta entregue aos profissionais de saúde que o atenderam e tornaram possível "respirar o oxigênio que é de graça".

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- O Amazonas sempre estará de braços abertos a todos os brasileiros. E a vocês, gaúchos, ainda mais. Hoje também nos consideramos um pouco gaúchos também. Nascemos em Santa Maria. Nascemos novamente para a vida, para os nosso familiares. E nosso muito obrigado - escreveu o policial em duas páginas assinadas por ele e outros três companheiros de quarto do Hospital Regional.


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